Santa Catarina é o sétimo estado do país em casos de câncer bucal, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença causa transtornos para os pacientes, que têm dificuldades para mastigar e engolir alimentos, por exemplo. O Maio Vermelho, que chama a atenção para o diagnóstico da doença, também destaca a importância do diagnóstico precoce.
Sintomas como feridas na boca que não cicatrizam em até 21 dias; nódulos persistentes ou espessamentos na bochecha; áreas vermelhas ou esbranquiçadas nas gengivas, língua ou revestimento da boca; mau hálito intenso e persistente; dor ao redor dos dentes ou da mandíbula; dificuldade para mastigar; saliva com traços de sangue, além de dor de ouvido (otalgia reflexa) são sinais de alerta para casos de câncer bucal.
Aumento nos atendimentos e atenção aos sintomas
Em 2023, o CEPON, unidade do Governo do Estado que tem a FAHECE como gestora, realizou 539 consultas relacionadas ao câncer bucal, também conhecido como câncer de cavidade oral. Trata-se de um aumento de 9% em relação ao ano anterior. O câncer bucal afeta lábios, estruturas da boca (como gengivas, bochechas e céu da boca), língua (principalmente suas laterais) e a região sob a língua.
Segundo o INCA, em 2024 a doença deve afetar 650 pessoas em Santa Catarina, sendo 60 casos em Florianópolis. Por isso, medidas simples como manter uma boa higiene bucal, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar preservativos durante a prática de sexo oral, manter uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras, e estar atento a mudanças na coloração ou no aspecto da boca são essenciais para a prevenção.
Conforme a Gerente Técnica do CEPON, Dra. Mary Anne Taves, o câncer de cavidade oral tem maiores as chances de cura e menores as sequelas quando identificado e tratado precocemente. Ela destaca a importância de buscar imediatamente um especialista, dentista ou médico especializado, ao suspeitar de câncer bucal, para uma avaliação e solicitação de exames que confirmem ou descartem a suspeita.
Realizar o autoexame da boca é necessário para buscar por tratamento o mais rápido possível, como explica o médico de Cabeça e Pescoço do CEPON, Dr Diego Naranjo. “Tratando de uma lesão suspeita, o primeiro passo é realizar uma biópsia. Confirmando, o paciente encaminhado para o CEPON, passa por uma avaliação da Equipe de Cabeça e Pescoço para averiguar a localização do tumor, a característica e estadiamento do tumor, que seria justamente ver o tamanho. Através disso, configuramos se o paciente está apto a ser submetido a alguma cirurgia, que é o principal tratamento. Ou se iniciará com quimioterapia ou radioterapia.”
A cirurgiã-dentista do CEPON, Dra Mariana Minamisako, afirma a importância da adequação bucal para remoção de foco de infecção oral antes de iniciar o tratamento. “O ideal é que todos pacientes com câncer, antes de iniciar o tratamento, façam uma adequação bucal, para evitar mucosite oral, que são feridas na boca em decorrência da radioterapia, e infecções secundárias oriundas de fungos, bactérias e vírus. O paciente com câncer de boca, principalmente, precisa ter essa adequação bucal, sem cáries, por exemplo, para evitar infecção.” Mariana acrescenta que no CEPON o tratamento é individualizado e pode ser utilizada uma moldeira durante o tratamento de radioterapia em pacientes com câncer bucal, a fim de minimizar os efeitos colaterais.