Cuidados Paliativos

A Filosofia de Cuidados Paliativos tem sido resgatada e sua implementação nos Serviços de Saúde é considerada o diferencial humano do Século XXI. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2002) Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida dos pacientes e familiares que enfrentam problemas com doenças que ameaçam a continuidade de suas vidas, preservando o alívio do sofrimento por meio de avaliação precoce e correta do tratamento da dor e outros sintomas de desconforto. Afirmam a vida e encaram a morte como um processo normal; não apressam nem retardam a morte e integram os aspectos físicos, psicossociais e espirituais no cuidado do paciente e seus familiares, do diagnóstico à morte e luto.
Essa definição orienta a que o paciente e sua família sejam alvo de cuidados específicos e diferenciados, onde o foco são as suas expectativas e perspectivas. O cuidado aqui apresentado acontece a partir de uma equipe de saúde que atua na busca da manutenção, e por que não dizer, devolução e até desenvolvimento da relação de sujeitos de suas vidas ao paciente e sua família, ou seja, do seu empoderamento, mesmo na iminência da morte.
A discussão sobre Cuidados Paliativos envolve questões éticas importantes, como a autonomia, isto é, o direito que o paciente tem de ser informado sobre sua real condição e de optar em não ser tratado quando o tratamento nada mais faz do que prolongar o processo de morrer, trazendo sofrimento; o julgamento entre a beneficência e a não maleficência e a aplicação do princípio de justiça no julgamento de ofertas de tratamento. O desafio ético é considerar a questão da dignidade na morte, para além da dimensão física ou biológica e ultrapassa o contexto médico-hospitalar, ampliando os horizontes e integrando a dimensão social e de relações no cuidado. Há muito trabalho no sentido de fazer a sociedade compreender que morrer com dignidade é uma decorrência de viver dignamente.
O Serviço de Cuidados Paliativos foi implantado no CEPON em 1989, a partir da iniciativa da oncologista Dra Maria Tereza E. Schoeller, que em suas atividades observava uma demanda, crescente e reprimida de pacientes que num determinado momento do tratamento tinha somente como prognóstico o controle de sintomas e o cuidado, objetivando conforto e uma morte digna. Iniciou-se com consultas em Cuidados Paliativos, mas logo o atendimento se estendeu para os pacientes em domicílio (PID-Programa de Internação Domiciliar). A unidade de internação dos Cuidados Paliativos, possui 12 leitos e 01 leito de isolamento de uso comum das unidades hospitalares. Seu quadro funcional é composto pelos seguintes colaboradores: enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliar de enfermagem, médicos oncologistas, nutricionista, farmacêutico, terapeuta ocupacional, assistente social, psicólogo e fisioterapeuta.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes para implantação de Serviços de Cuidados Paliativos. 2002. Disponível em: www.who.int/cancer/palliative/en.
SANTOS, M. J. O Cuidado à Família do Idoso com Câncer em Cuidados Paliativos: Perspectivas da Equipe de enfermagem e usuários. 118 p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
 

EVENTOS ADVERSOS RELACINADOS AO USO DE TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

Por: Giovanna Trescher

Enfermeira da EMTN-CEPON

A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é hoje reconhecida como grande aliado no tratamento de pacientes que estão sem condições para deglutir ou que não atingem suas necessidades nutricionais diárias por via oral. A Equipe Multidisciplinar em Terapia Nutricional (EMTN) participa ativamente para garantir que as necessidades nutricionais e o cuidado do paciente sejam atingidos com qualidade durante esta terapia. Sendo assim, a preocupação constante neste processo é a segurança do paciente.  Na busca dessa segurança foram criadas as notificações de eventos adversos, que por ventura possam ocorrer, e o uso de indicadores de qualidade para monitorar os processos.

O International Life Sciences Institute (ILSI)-Brasil e o Programa de Compromisso com a Qualidade Hospitalar propõem o uso de diversos indicadores de qualidade para avaliação de incidentes relacionados à TNE; dentre eles os mais utilizados são: taxas de obstrução da sonda enteral (SE), saída inadvertida da SE e o controle do volume infundido da dieta. Eles podem auxiliar na redução de danos ao paciente.

No Brasil, embora existam poucos dados referentes a eventos adversos, estudos realizados referiram prejuízos na administração da dieta enteral em função de procedimentos de rotina com o paciente, alterações/complicações no quadro clínico, realização de exames e problemas relacionados à sonda. Constatou-se também que, em média, devido aos eventos adversos, pacientes recebem em torno de 40% a menos da dieta prescrita.  Levando-se em consideração os danos causados pela desnutrição intra-hospitalar e suas consequências, os resultados apontam ser esse um relevante ponto de estudo com objetivo de minimizar estes problemas e ratificam assim, a efetividade do trabalho do enfermeiro frente a todo esse processo.

Citamos um estudo exploratório, longitudinal e descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido com 46 pacientes adultos que permaneceram internados na Unidade de Terapia Intensiva e na Clínica Médica, por no mínimo 3 e no máximo 30 dias, e fizeram uso de TNE. Determinou que a incidência de obstrução da SE foi de 0,021 por 100 pctes em uso de SE. A saída inadvertida da sonda ocorreu em 43,5% dos pacientes. A média geral da diferença do volume da dieta recebido foi menor que o estimado, e em algumas situações a diferença estatística foi significativa (p<0,0001). Dentre os motivos que levaram à suspensão da dieta, estão: pausa para higiene corporal, realização de exames e procedimentos, náusea e vômito e também indisponibilidade de novo frasco de dieta na unidade.

A obstrução da sonda é uma das complicações mecânicas mais comuns em pacientes que fazem uso de TNE, (ocorrendo frequentemente) que pode ocorrer por falta de irrigação com água antes e após a administração de medicamentos, precipitação da dieta, dobras e acotovelamentos da sonda. Além disso, o uso de medicamentos e fórmulas enterais concomitantes pode acarretar redução da biodisponibilidade do fármaco e obstrução da sonda. Quanto à hidratação, o cálculo individual das necessidades de hidratação para cada paciente é fundamental para a manutenção e recuperação da sua saúde.

O estudo concluiu que apesar das taxas de incidência de obstrução e da saída inadvertida da SE estarem de acordo com as preconizadas, os resultados apontam para necessidade de rever a prática assistencial multidisciplinar. Outro aspecto foi perda do volume diário infundido da dieta. Destaca-se a importância da enfermagem neste processo, pois ela está ligada diretamente aos procedimentos junto ao paciente. Para que a TN alcance os objetivos propostos, a enfermagem se torna peça chave, devendo estar sempre alinhada em seus processos operacionais visando garantir a melhor assistência ao paciente.

Os dados desse estudo mostram a importância de uma EMTN atuante e atualizada para garantir a efetividade da TN aos pacientes da instituição e para fundamentar o uso de indicadores de qualidade como diagnóstico da realidade e implementação de aprimoramentos que repercutam na minimização dos eventos adversos relacionados à TNE.

Fonte: CERVO et al. Eventos adversos relacionados ao uso de terapia nutricional enteral. Rev. Gaúcha Enferm. 2014 jun;35(2):53-9.

Centro de Pesquisas Oncológicas proíbe o cigarro também nas áreas externas da instituição.

http://www.cepon.org.br/noticias/artigo-cuidados-paliativos--a.html 

Análise do RHC CEPON - Subgerência de Epidemiologia  e Prevenção do Câncer

http://www.cepon.org.br/noticias/registro-hospitalar-de-cancer-cepon-2008.html

 Análise do RHC CEPON - Subgerência de Epidemiologia e Prevenção do Câncer

http://www.cepon.org.br/noticias/dados-registro-hospitalar-de-cancer-2009.html

Análise do RHC CEPON - Subgerência de Epidemiologia e Prevenção do Câncer

http://www.cepon.org.br/noticias/dados-registro-hospitalar-de-cancer-2010.html

INCA e Ministério da Saúde apresentam estimativas de câncer para 2014.

http://www.cepon.org.br/noticias/estimativa-incidencia-de--cancer-em-santa-catarina-2014.html

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