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JANEIRO VERDE: CEPON alerta para prevenção do câncer de colo do útero 11.01.2024

O principal fator de risco é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que é transmitido sexualmente

 

A campanha Janeiro Verde tem como objetivo promover a conscientização sobre o câncer do colo do útero. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma.

 

No CEPON, foram registrados 1.221 atendimentos a pacientes com câncer de colo do útero em 2023. De acordo com as estimativas do INCA para 2024, o país deve registrar 17.010 novos casos, sendo 880 em Santa Catarina. O estado possui a maior incidência entre as regiões sul e sudeste, com uma estimativa de 17,2 casos para cada 100 mil mulheres. Desta forma, é importante alertar para a prevenção, uma vez que esse tipo de câncer pode ser prevenido e é a quarta neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres no estado.

 

A Gerente Técnica do CEPON, Dra. Mary Anne Taves ressalta a importância da vacina. “O câncer do colo do útero pode ser evitado através da vacinação contra o HPV, o principal causador desse tipo de câncer. Disponível gratuitamente nas UBS conforme orientação do Ministério da Saúde, a vacina previne a infecção por HPV, bem como as complicações e os cânceres causados por esse vírus.” 

 

A cirurgiã oncológica do CEPON Dra. Karine Fernandes explica que todas as neoplasias malignas originam-se de uma mutação das células de um determinado órgão. Essas mutações genéticas fazem com que as células se desenvolvam de forma anômala. "Essas mutações podem ser adquiridas ao longo da vida, quando as pessoas são expostas a fatores externos que causam a mutação e geram o câncer, ou podem ocorrer de forma hereditária, sendo passadas pelo material genético dos pais biológicos. No colo do útero, isso também ocorre", explica.

 

O principal fator de risco é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente. A cirurgiã ressalta que, muitas vezes, o organismo é capaz de eliminar o vírus. "Caso a infecção não se resolva e se cronifique, a inflamação crônica causada pelo vírus pode levar às displasias, que podem evoluir para o câncer de colo uterino."

 

As situações em que as lesões evoluem para o câncer dependem do subtipo do vírus e de alguns outros fatores de risco, como pacientes imunossuprimidas, tabagistas, com comorbidades, com múltiplos parceiros sexuais e que não usam camisinha, sendo mais propensos a terem persistência da infecção pelo HPV e, portanto, maior risco de desenvolverem o câncer de colo uterino.

 

Sintomas

 

A fase inicial para a maioria das pacientes acaba sendo assintomática e os sintomas aparecem conforme a localização e a extensão da doença. Corrimento vaginal amarelado e com odor desagradável, até mesmo com sangue, dores na região do baixo ventre e sangramento após relação sexual são alguns sintomas.

 

Prevenção

 

A prevenção está diretamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que ocorre pelo contato direto com pele ou mucosa infectada. A via sexual é a principal, por isso, é indicado que o uso de preservativo seja feito para diminuir o risco de transmissão e infecção.

 

A vacina contra o HPV também é uma importante medida para combater o câncer do colo do útero. Ela é disponibilizada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, fornecida nas UBS conforme orientações do Ministério da Saúde. Além disso, a vacina está disponível para grupos com condições clínicas especiais, entre 9 e 45 anos de idade, como pacientes oncológicos, transplantados, em tratamento  com drogas imunossupressoras e pessoas vivendo com  HIV/ Aids. A vacina é uma medida de prevenção e não é eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes.

 

A cirurgiã oncológica destaca a importância da prevenção e da realização dos exames de rotina para a detecção precoce da doença.

 

"Primeiro de tudo, as pacientes devem entender o que acontece e cuidarem-se: a grande maioria dos casos decorre de uma infecção crônica pelo HPV, que é transmitido sexualmente. Logo, devem saber que o uso da camisinha pode evitar esse contato. Além disso, cuidar do corpo: não fumar, praticar exercícios físicos, controlar o peso e tratar as comorbidades vão fazer com que o organismo fique mais saudável e capaz de eliminar o vírus. Se ainda assim a infecção persistir, o exame preventivo (Papanicolau) é realizado com o intuito de diagnosticar as displasias, que são as alterações que antecedem o câncer - por isso, devem ser vistas frequentemente pelo médico e realizar os exames de rotina", explica a Dra. Karine.

 

Tratamento

 

O tipo de tratamento depende de fatores como o estágio do câncer, a extensão da doença e se a mulher deseja ter filhos ou não. No CEPON, o tratamento dessas pacientes com câncer é realizado em todos os estágios: desde os casos mais precoces até os mais avançados, com tratamentos combinados de quimioterapia, radioterapia e cirurgias de grande porte.

 

"Todas as pacientes com câncer devem passar por estadiamento, o que significa realizar exames para avaliar a extensão da neoplasia e, em seguida, realizar o tratamento indicado", reitera Karine.



Jornalista responsável: Michelle Valle

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