Unidade do Governo do Estado realiza ações de prevenção e mobilização da sociedade com o objetivo de ampliar a prevenção
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e está relacionado entre as principais causas de morte. No Brasil, a estimativa do INCA para o triênio de 2023 a 2025 aponta que ocorrerão 704 mil novos casos. Para esse ano, são estimados 39.600 mil casos em Santa Catarina, destes, 4.670 casos são em Florianópolis. O câncer de mama feminina e o de próstata são os mais incidentes na região.
No Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), unidade do Governo do Estado de Santa Catarina, que é referência no tratamento oncológico em Santa Catarina e Centro de Referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) para Medicina Paliativa no Brasil, os atendimentos cresceram 29% para pacientes com câncer no ano de 2023 em comparação com 2022. Foram realizados de janeiro a dezembro de 2023, 141.692 atendimentos, 3.454 cirurgias, 34.464 sessões de quimioterapia e 22.648 sessões de radioterapia. Esses dados ressaltam a importância de aumentar a conscientização e prevenção sobre o tema.
Por isso, para marcar o Dia Mundial de combate ao Câncer, no dia 4 de fevereiro, a Union for International Cancer Control (UICC – em português, União Internacional para o Controle do Câncer) chama atenção para a campanha global “Por cuidados mais justos”. O dia é uma oportunidade para unir as pessoas na luta contra a epidemia global da doença.
Entre 30% e 50% dos casos de câncer podem ser prevenidos por meio da vacinação (contra hepatite B e papilomavírus humano) e pela redução da prevalência de fatores de risco conhecidos, como tabagismo (que causa 25% das mortes por câncer), dietas deficientes em frutas e vegetais e ricas em carne vermelha e processada; consumo de álcool; inatividade física; sobrepeso e obesidade. “O câncer do colo do útero pode ser evitado através da vacinação contra o HPV, o principal causador desse tipo de câncer. Disponível gratuitamente nas UBS conforme orientação do Ministério da Saúde, a vacina previne a infecção por HPV, bem como as complicações e os cânceres causados por esse vírus” afirma a Gerente Técnica do CEPON, Dra. Mary Anne Taves.
O Diretor do Corpo Clínico e médico patologista do CEPON, Dr. Arthur Conelian Gentili, explica que o câncer ocorre quando um grupo de células normais do corpo passa a ter um crescimento anormal e descontrolado, formando um tumor. “Cerca de 85% a 90% dos casos acontecem por fatores ambientais, como o uso de cigarro, álcool e exposição solar. Além de outros fatores não tão clássicos e que muitas vezes não são citados, principalmente no Sul, como o hábito de tomar bebidas quentes, como chimarrão - ligado ao câncer de esôfago, o excesso de carne vermelha, contribuindo para o aparecimento do câncer cólon retal, são alguns exemplos de carcinógenos. Outro também pouco falado e muito nocivo é o consumo de alimentos embutidos, como salsicha, linguiça e apresuntado. Para a OMS, esses alimentos e cigarro estão no mesmo grau carcinogênico”, afirma.
Em sintonia com a data, o CEPON preparou conteúdos informativos para suas redes sociais, depoimentos de pacientes e se uniu à Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) na campanha nacional #vádelenço, em que pacientes com câncer e a população geral utilizam das redes sociais para chamar atenção aos cuidados preventivos.