A campanha "Fevereiro Laranja" ressalta a importância do transplante de medula óssea para o tratamento de doenças, como a leucemia.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de leucemia para o Brasil em 2024 é de 11.540 casos. Destes, são esperados para Santa Catarina 760 novos casos, sendo 50 em Florianópolis. Algumas doenças, como a leucemia, afetam as células do sangue, prejudicando o funcionamento da medula óssea e colocando vidas em risco. É quando o transplante se torna necessário e os doadores fundamentais.
No CEPON, Unidade do Governo do Estado, foram atendidos 234 pacientes com leucemia, em 2023. Além disso, na Unidade de Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) do CEPON, referência no Brasil em transplantes autólogos e alogênicos, foram realizados no mesmo período o somatório de 137 transplantes e ampliou em 28% o número de doadores para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Os dados ressaltam a importância do diagnóstico precoce, com a realização de exames periódicos, e reafirmam a importância da doação de medula óssea.
A leucemia é uma doença maligna das células do sangue, que pode acometer desde crianças até idosos. Sua origem ocorre na medula óssea, provocando um crescimento rápido e anormal de algumas dessas células, afetando as células sanguíneas normais e, desta forma, prejudicando a defesa do organismo. Da medula, essas células alcançam o sangue e, a partir dele, podem atingir os gânglios linfáticos, o baço, o fígado, o sistema nervoso central (cérebro e coluna vertebral), os testículos e outros órgãos.
Como prevenção, os exames de rotina e a atenção a qualquer alteração no corpo são essenciais. Em casos suspeitos, o diagnóstico da doença é realizado por meio de exames como o hemograma e o mielograma.
Muitas vezes, a leucemia não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, e além disso, os sinais variam de pessoa para pessoa e de acordo com o tipo de leucemia. Eles podem incluir febre, sensação de fraqueza e fadiga persistente, perda de apetite, perda de peso, sangramentos e hematomas que aparecem com facilidade, sangramentos nasais, dificuldade para respirar, anemia, suores noturnos, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nos ossos ou nas juntas, infecções recorrentes.
De acordo com a Gerente Técnica do CEPON, Dra Mary Anne Taves, “receber o diagnóstico de um câncer nunca é um momento fácil, mas é preciso lembrar que a leucemia tem cura. Atualmente, todos os tipos dessa doença são tratáveis e, em grande parte das vezes, podem ser curados. Porém, para que isso aconteça, é preciso identificar o câncer precocemente e determinar, por meio de exames, qual o tratamento mais adequado.”
O tratamento da leucemia pode variar de acordo com o tipo específico da doença, a idade do paciente, o estágio da leucemia e outros fatores individuais. Geralmente, o tratamento envolve uma combinação de diferentes modalidades terapêuticas. Em alguns casos, o transplante de medula é necessário após quimioterapia ou radioterapia, visando substituir uma medula óssea doente por uma saudável para restabelecer a produção normal das células sanguíneas.
A cura de doenças como a leucemia pode depender de transplante de medula óssea que pode ser do próprio paciente ou de um familiar ou de outra pessoa que fez o cadastro como doador voluntário de medula óssea. Há cerca de 25% de chances de encontrar um doador compatível na família. Havendo um irmão totalmente compatível (100%) este será a primeira escolha para ser um doador. Caso contrário, inicia-se a busca de alternativas para a realização do transplante.
A chance de compatibilidade entre não aparentados é de 1 em 100 mil.
Ampliar o número de doadores de medula aumenta a possibilidade de se encontrar pessoas compatíveis para a doação e ajuda, ainda, quem foi diagnosticado não só com leucemia, mas também com linfomas (linfoma de Hodgkin ou linfoma não Hodgkin), mieloma múltiplo, aplasia de medula e imunodeficiências. O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC) é a instituição em Santa Catarina que realiza o cadastro de doadores de medula óssea (DVMO).
Segundo a diretora-geral do HEMOSC, Patrícia Carsten, os interessados em participar do banco de possíveis doadores de medula óssea devem comparecer a um dos sete Hemocentros e duas Unidades de Coleta munidos por um documento oficial com foto, ter entre 18 e 35 anos completos e estarem saudáveis, onde será coletado a quantidade de 5 mL de sangue. Essa amostra será tipada no sistema HLA e os dados inseridos nos Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), havendo a compatibilidade com alguém que necessite de transplante de medula, o candidato à doação da medula é chamado para a realização de novos exames e posteriormente encaminhado para a coleta da medula.
“O cadastro para a doação da medula óssea deve ser feito com muita responsabilidade. Também é importante que o candidato à doação de medula óssea sempre mantenha seus dados cadastrais (telefone e endereço) atualizados, para que seja possível localizar os doadores cadastrados quando houver um paciente compatível”, relata a diretora.
O cadastro para a doação de medula óssea pode ser realizado simultaneamente à doação de sangue ou de forma isolada. No site do HEMOSC, www.hemosc.org.br, constam as informações.